segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

LEITO DE RIO


Eu estou secando. Estou ficando bicolor apenas. Meu mundo esta

se transformando em preto e branco,

não que não seja lindo a imagem em preto e branco, mas sinto que estou perdendo cores. Essa cor que o amor dá aos dias,

às noites, ao pensamento, aos sonhos.

Até mesmo o rio que não passa na minha aldeia está preto e branco.

Meus lábios, de um vermelho intenso,

se escondem num tom rosé.


Outrora o amor me fazia pigmentos diversos e realizava cores de todas as matizes. Essa chama que impulsiona o vapor da alma,

a beleza inconteste do ser que se ama, não encontro dentro de mim.

Sabe, é como se eu estivesse hibernando de mim mesmo. O amor tem sido artigo raro e amar, tem sido uma vaga lembrança de minha adolescência.


Já não tenho certeza se haverei de sentir de novo o que me tornará fonte de várias cores. Sei que o que senti tem a intensidade do eterno, além do para sempre enquanto dure. O amor que pousou em mim fez-se único. Não acredito que eu seja de vários amores, pois o que tive esgotou em si todos os vindouros.


O amor, a amizade, as palavras brotam no repente... Não é correto querer sufocar o leito de um rio. Assim é o que um poeta escreve. Um leito de rio, ora amplo, ora estreito, mas sempre profundo na essência.



15.03.09 às 23h e 16min

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