
Quando terminei de ler "O Vendedor de Sonhos" do Augusto Cury, escrevi na folha de rosto do livro:
Eu durmo com o desconhecido desde que nasci. Eu durmo comigo mesmo há quase quarenta anos.
(12.11.09 às 15h e 05min)
“O coração do poeta não bate no peito, pulsa nas palavras que escreve”. Rubens Sousa 02/09/2009 às 09H e 22min (teclando com o Bill)
Eu estou secando. Estou ficando bicolor apenas. Meu mundo esta
se transformando em preto e branco,
não que não seja lindo a imagem em preto e branco, mas sinto que estou perdendo cores. Essa cor que o amor dá aos dias,
às noites, ao pensamento, aos sonhos.
Até mesmo o rio que não passa na minha aldeia está preto e branco.
Meus lábios, de um vermelho intenso,
se escondem num tom rosé.
Outrora o amor me fazia pigmentos diversos e realizava cores de todas as matizes. Essa chama que impulsiona o vapor da alma,
a beleza inconteste do ser que se ama, não encontro dentro de mim.
Sabe, é como se eu estivesse hibernando de mim mesmo. O amor tem sido artigo raro e amar, tem sido uma vaga lembrança de minha adolescência.
Já não tenho certeza se haverei de sentir de novo o que me tornará fonte de várias cores. Sei que o que senti tem a intensidade do eterno, além do para sempre enquanto dure. O amor que pousou em mim fez-se único. Não acredito que eu seja de vários amores, pois o que tive esgotou em si todos os vindouros.
O amor, a amizade, as palavras brotam no repente... Não é correto querer sufocar o leito de um rio. Assim é o que um poeta escreve. Um leito de rio, ora amplo, ora estreito, mas sempre profundo na essência.
15.03.09 às 23h e 16min
Não acredito na palavra
Dita no reverso da alma
Nas coisas que
Apagam a chama.
Em cada esquina
Em cada canto
Em cada suspiro
Há um lamento
Que não merece existir.
Você pode iluminar
As palavras
Os gestos
As formas.
Insano é buscar
Ser escuridão.
O dia é uma luz virtude
A noite uma penumbra necessária
Meu corpo vive de luz
E descansa na penumbra.
A vida é um sentido
Que só tem sentido
Dentro de nós.
09.12.09 às 11h e 38min.
Em ti vejo
Por ti respiro
Não encontro forma
De afastar esse apego.
Você impede meu sorriso
Permite o pouso da dor
Na alma, derrama fel.
Não tenho escolha
Nessa estrada sem fim
Meu corpo dilacera
Minha voz é muda
Apartada de mim.
A tua imagem persegue
O pensamento que me trai
Sinto o que não devo.
Em cada dia
Em cada noite
Versos mal acabados
Restam no poema que escrevo.
07.06.04 às 21h e 51min.
Rubens Sousa, em 12/10/2007 às 13h e 50 minutos
Dourados/MS (quarto do Anielton)
Preciso amar
Esse amor, que no toque imaginado,
Figura sonhos quase pecado.
Amor que não seja em si
Que seja lá, cá,
Em mi maior.
O beijo esperado
Que pareça o primeiro
E, a menina moça
Se deixar meus sonhos, voltará.
Tenho medo.
O amor que vivo
É forte.
Quando o encontro em uma esquina,
Viajo por ruas arenosas.
Lembro da dona Jacy,
Do seu Catulino, do Castelo,
Da Regina e da Gessy. Nessas ruas
Caminho lembranças e,
Às vezes, encontro seu Rui.
São belas recordações.
O amor que amo
É um ponto no passado.
Amar assim é um pretérito
Perfeito,
Fim.